Já foi divulgado o relatório mensal dos fundos Sparta do mês de Julho/2013.  Neste mês, analisaremos os resultados acumulados nos fundos com posições em commodities agrícolas nos últimos 12 meses.

Segue o comentário do gestor:

Julho foi mais um mês forte para todos os fundos da Sparta. Mesmo num período adverso para os investimentos mais tradicionais, nossos fundos acumularam resultados expressivos nesses últimos 12 meses.
Neste mês, analisaremos os resultados acumulados nos fundos com posições em commodities agrícolas nos últimos 12 meses: Sparta Commodities FIM (+13,2%)Sparta Cíclico FIM (+22,1%) Sparta Trends FIEM (+51,9%).

Introdução

As operações de commodities agrícolas se baseiam em análises fundamentalistas feitas por uma equipe própria liderada pelo Sr. Victor Nehmi. O gestor desses fundos é engenheiro agrônomo e tem mais de 30 anos de experiência. Em geral as posições têm horizonte de 6 meses a 2 anos e concentram-se nos mercados de açúcar, soja, milho, café e boi gordo, commodities nas quais o Brasil se destaca globalmente. Essas operações são feitas com instrumentos derivativos, podendo ganhar na alta ou na baixa dos preços, desde que as posições estejam na direção correta. A maior parte dessas operações é feita no exterior, nas bolsas de Nova York e Chicago, os principais centros de negociação dessas mercadorias.

Principais Operações

A principal operação nos últimos 12 meses foi no açúcar, apostando na queda dos preços. Após atingir o maior patamar dos últimos 30 anos no início de 2011, nossa equipe já vislumbrava que os altos preços dos anos anteriores estimulariam o aumento da produção. De fato, isto ocorreu nos principais países produtores: Brasil, EUA, União Europeia, Ucrânia, Rússia, Índia, Tailândia, Paquistão, México. Em paralelo, diversos fatores ajudaram a diminuir a demanda. Houve grande estímulo para adoção de alimentos mais saudáveis. Grandes indústrias trocaram açúcar por adoçantes ou o substituem com xarope de milho. Agências reguladoras passaram a exigir menor quantidade de sal e açúcar nos alimentos industrializados. Diante do cenário de consumo retraído e da maior oferta, os preços caíram nominalmente quase 50% (como pode se ver no gráfico) e nossos fundos se beneficiaram com esse movimento nos últimos 12 meses.

Nos grãos, a safra 2011/12 na América Latina foi bastante complicada. Houve uma forte seca na região Sul do Brasil e nas regiões produtoras de grãos da Argentina e do Paraguai, que provocaram uma forte quebra de safra. Nossa equipe identificou a oportunidade e nossos fundos ganharam com a alta dos preços. Em meados de 2012, o clima no cinturão de grãos dos EUA foi novamente adverso para as lavouras, e como os estoques já estavam baixos devido a quebra no Hemisfério Sul, a alta de preços foi ainda mais intensa. Novamente, identificamos essa distorção a tempo e obtivemos bons resultados. A partir de outubro de 2012, no entanto, nossa avaliação era que os altos preços estavam estimulando demasiadamente a produção, o que poderia provocar uma rápida recuperação de estoques caso não houvesse mais problemas climáticos. Na safra sulamericana de 2012/13, que hoje já está colhida e sendo comercializada, a produção foi muito boa. Neste momento, nos EUA as previsões climáticas indicam regularidade de chuvas, o que também é favorável à produção. Dessa forma, desde outubro trabalhamos com a previsão de que o pico dos preços já havia ficado para trás e quedas nos preços deveriam ocorrer, as quais realmente começaram a se concretizar nos últimos meses, conforme pode ser visto no gráfico.

Resultados: Sparta Commodities

O Sparta Commodities é um fundo com perfil moderado e foco exclusivo nas operações de commodities agrícolas. Cerca de 20% dos recursos do fundo é empregado nessas estratégias e o restante fica aplicado em ativos de baixo risco.
Nos últimos 12 meses, a operação de açúcar trouxe um resultado de +5,0% e a de grãos +2,8%. Além do CDI, que no período acumulou +7,2%, as demais operações e custos do fundo somaram -1,9%. Com isso, o fundo rendeu +13,2% nos últimos 12 meses, ou 182% do CDI, com uma volatilidade de 6,3%.

Resultados: Sparta Cíclico

O Sparta Cíclico é um fundo agressivo. Nesse fundo, o peso das operações com commodities agrícolas é maior. Além disso, o fundo mantém 67% do patrimônio em ações e pode fazer operações em outros mercados que complementem a estratégia global do fundo.
Nos últimos 12 meses, a operação de açúcar trouxe um resultado de +15,0% e a de grãos +5,3%. As ações trouxeram uma rentabilidade de +5,4% para o fundo, mesmo com uma queda de -14,0% do Ibovespa no período.
Nos últimos meses, a posição comprada em dólar contribuiu com +4,8% para o fundo, mais que compensando as perdas de -4,0% na operação de boi gordo no fim de 2012. Somando outras operações e despesas, o fundo rendeu +22,1% nos últimos 12 meses, ou 305% do CDI, com uma volatilidade de 20,9%.

Resultados: Sparta Trends

O Sparta Trends é um fundo agressivo e destinado a investidores superqualificados. Os recursos do fundo são totalmente investidos nas estratégias de commodities no exterior, ficando sujeito à variação cambial.
Nos últimos 12 meses, a alta do dólar trouxe +11,7% de rentabilidade para o fundo. As operações de açúcar e grãos desse fundo tem uma alavancagem bem maior e trouxeram +44,9% de rentabilidade. Após deduzir os custos, o fundo teve uma rentabilidade de +51,9%, com uma volatilidade de 32,6%.

Perspectivas

No mês de Julho, o Ibovespa teve o primeiro mês de alta no ano. Apesar de tímida (+1,6%), esta alta pode demonstrar que o mercado pode ter encontrado um patamar de sustentação. Acreditamos que o comportamento futuro das ações dependerá principalmente das decisões que forem tomadas pelas autoridades brasileiras. Nesse cenário, o Dólar deve continuar o movimento de valorização diante do Real devido a percepção de maior risco e menor atratividade de investimentos no Brasil frente a outros países, além do desequilíbrio nas contas externas.

Grãos

No mês de Julho, os preços dos grãos caíram fortemente nas principais bolsas ao redor do mundo. Dentre os inúmeros motivos, podemos destacar que os fundamentos altistas de curto prazo (estoques baixos) já ficaram para o passado. Já os fundamentos de longo prazo (enorme produção por vir) começaram a influenciar fortemente nos preços. Através de profundas pesquisas estatísticas e de campo, a Sparta busca se antecipar a estes movimentos, desta forma já nos beneficiamos deste início de baixa dos preços, conforme explicaremos a seguir.

A produção de milho nos EUA está passando pelos momentos mais críticos em termos de clima, e por enquanto as previsões são favoráveis a maior produção. No Brasil, a colheita da safrinha está confirmando as ótimas expectativas de produção, por este motivo esperamos que os preços caiam ainda mais no mercado doméstico, pois não há infraestrutura logística suficiente para escoar toda a produção. Na Argentina, com a colheita praticamente encerrada, a produção foi revisada fortemente para cima pelo Ministério da Agricultura. Apesar de ter sido uma enorme surpresa para o mercado, nossa equipe já trabalhava com essa possibilidade, que havia sido levantada durante viagem de campo. No resto do mundo, esperamos boas produtividades devido ao clima favorável: Ucrânia e Rússia estão com chuvas dentro do esperado e China e Índia com chuvas muito acima do normal.

A produção de soja nos EUA tem seu momento crítico em termos de clima durante o mês de Agosto. Por enquanto, as previsões indicam que não haverá grande adversidade climática e que a produtividade deve ser dentro do esperado. Como a produção na América do Sul foi alta, acreditamos que uma produção americana sem surpresas sinalizará a derrubada dos preços a níveis mais próximos aos custos de produção. Somado a isto temos o fator cambial aqui no Brasil: a desvalorização do Real tende a aumentar os preços internos e desta forma estimular ainda mais o aumento do plantio.

Açúcar

No Açúcar não temos importantes fatores de alta e baixa do preço, por este motivo estamos com posição reduzida neste mercado no momento. Apesar da enorme oferta de cana desta safra, o clima adverso no Brasil está prejudicando a concentração de açúcares na cana (ATR) e diminuindo o ritmo de moagem. Já o mercado de etanol continua sendo prejudicado pelas ingerências políticas na Petrobras. Desta forma, as margens do etanol só voltarão a preços atrativos no momento em que o preço da gasolina for reajustado.