Já foi divulgado o relatório mensal dos fundos Sparta do mês de Março/2014. Segue o comentário do gestor:

 

Com o fechamento do primeiro trimestre, os fundos de menor volatilidade seguem com excelentes desempenhos. Além disso, esses fundos são diretamente beneficiados pelo ciclo de aumento de juros do Banco Central. No 1º trimestre o Sparta Dinâmico (fechado para novas aplicações) rendeu 130% do CDI e o Sparta Top rendeu 109% do CDI, ou +3,11% e +2,61%, respectivamente.

Neste trimestre também lançamos o fundo multimercado Sparta Equilíbrio, que investe nas estratégias vencedoras do Sparta Dinâmico e Sparta Top. Esse fundo tem como meta um rendimento de 115% do CDI com baixa volatilidade.
Já os fundos mais agressivos (Sparta Commodities, Sparta Cíclico e Sparta Trends) sofreram principalmente com o resultado das estratégias de commodities. Outra posição importante do Sparta Cíclico, mas que também não ajudou, é altista para o dólar. Continuamos acreditando que a alta dos grãos e a baixa do dólar não se sustentam nos fundamentos de médio prazo e explicaremos a seguir de forma mais detalhada nossas expectativas para os próximos meses para os fundos agressivos.

Mercados

A Bolsa de Valores teve um excelente mês em Março, acompanhado pela nossa carteira de ações. Nos últimos dois anos, o baixo índice de confiança dos agentes do mercado no modelo econômico atual colaborou para a depreciação do valor das ações. Como resultado desta prática, a maioria destas ações está extremamente barata, considerando a hipótese de que a economia brasileira não implodirá em 2015, como a maioria dos agentes prevê. Para esses agentes, qualquer sinal de que o modelo econômico atual possa mudar é motivo para comprar ações. No nosso modo de ver, uma eventual não reeleição da presidenta Dilma seria a garantia máxima de mudança, provavelmente para melhor. Isso poderia implicar em uma forte alta do Ibovespa até o final de 2014. E esta alta deve se concentrar fortemente nas ações de estatais, exportadoras e no setor de energia, que estão entre as mais baratas.

Grãos

Apesar da seca de Janeiro, das altas temperaturas de Fevereiro e das notícias alarmistas sobre quebras das safras agrícolas, nossas pesquisas de campo e as estatísticas mais recentes sobre a produção de grãos no Brasil continuam mostrando que tais quebras foram muito menores do que as expectativas. A produção brasileira de soja cresceu +6% e a da América Latina +9%. A produção norte-americana colhida no final de 2013 havia crescido +10% e a que começa a ser plantada neste mês deve mostrar outro crescimento da ordem de +10%, a depender do clima. É válido lembrar que este deverá ser um ano de El Niño, que costuma beneficiar a produção americana. Com isso nossas projeções apontam que no final deste ano os estoques mundiais saltarão de um recorde de baixa (final de 2013) para o recorde de alta dos últimos 10 anos no final de 2014.
A produção de milho foi menos afetada pelo clima do que a soja e os estoques estão em níveis confortáveis, de forma que este tende a ter preços menos valorizados do que os da soja e a ceder áreas de plantio.
O fundo Sparta Cíclico continua vendido em contratos futuros de soja e milho com vencimento no meio e no fim do ano. Caso não ocorra nenhum desastre climático (em anos de El Niño como este, o clima costuma ser favorável) o mercado de grãos se acalmará até o final de Junho, quando já estará bem visível para o mercado que os estoques estarão caminhando para recordes de alta históricos e, portanto, não haverá mais especulação com a alta dos preços. Outros fatores técnicos de desalavancagem de posições também podem contribuir com esse movimento. Acreditamos que essa reversão de posições deve provocar fortes baixas nos preços dos grãos e pelos nossos fundamentos, não será surpresa se os preços caírem de 20 a 30% em relação aos patamares atuais, o que trará forte recuperação e valorização das cotas do Sparta Cíclico.

Açúcar

A produção de açúcar foi mais prejudicada pela seca do que a dos grãos, uma vez que o epicentro desta foi o estado de São Paulo, onde se concentram mais de 50% da produção de cana-de-açúcar do país. Com isso, a produção de açúcar deste ano deverá sofrer uma queda da ordem de 8%. Apesar do Brasil ser o maior exportador mundial, respondendo por mais de 50% deste mercado, os estoques mundais de açúcar estão folgados (após 4 anos de superávits), o que não deve provocar altas significativas nos seus preços. Por estes motivos, no momento não vemos grandes distorções e oportunidades neste mercado.

Dólar

O Dólar está artificialmente baixo devido a quase centena de bilhões de dólares vendidos pelo BC, na forma de swaps. Neste momento de recrudescimento da inflação o governo tende a pressioná-lo ainda mais, como forma de tentar derrubar os preços dos artigos cotados em dólares. No entanto, em algum momento entre o segundo semestre deste ano e, mais provavelmente, o primeiro de 2015, o Dólar deve sofrer uma forte valorização frente ao Real. Essa valorização será consequência dos desequilíbrios latentes trazidos para a nossa economia pelo atual modelo econômico intervencionista, protecionista e fiscalmente desequilibrado. O déficit em conta corrente de moeda estrangeira já é de quase 4% do PIB e está piorando. Esse é o nível no qual, classicamente, ocorrem as grandes desvalorizações cambiais.