Já foi divulgado o relatório mensal dos fundos Sparta do mês de Outubro/2013. Segue o comentário do gestor:

Outubro foi mais um mês bastante positivo para os fundos da Sparta.

Os fundos de renda fixa estão com retornos maiores, em linha com o aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central (Selic). Nos últimos 12 meses, os fundos Sparta Premium e Sparta Top acumulam 102% do CDI e 115% do CDI, respectivamente. Todo o patrimônio desses fundos está alocado em títulos pós-fixados, atrelados ao CDI.

Em relação ao Sparta Dinâmico, a boa notícia é que algumas das grandes distorções que influenciaram o mercado local de ações nos últimos meses parecem estar voltando ao normal. Com isso, esperamos que as estratégias voltem a desempenhar melhor.

Finalmente, as estratégias com commodities agrícolas tiveram mais um mês positivo, com destaque para a queda no preço dos grãos. Os fundos Sparta CommoditiesSparta Cíclico e Sparta Trends renderam +1,0%, +4,3% e +1,7% respectivamente.

Bolsas

Nos últimos 12 meses a carteira de ações do Sparta Cíclico contribuiu com um ganho de +9,6% na cota, já o Ibovespa caiu -4,9% no mesmo período.

Neste mês o Ibovespa fechou com alta de +3,7%, configurando o 4º mês consecutivo de alta, após queda nos 6 primeiros meses do ano. Diversos fatores explicam esse movimento e acreditamos que ele deva continuar, beneficiando as posições do Sparta Cíclico.

Seguem abaixo alguns destes fatores de forma resumida:

1. Possibilidade da Petrobrás adotar um mecanismo de reajuste automático de preços. Esse é o principal fator que prejudica os resultados da empresa hoje – só em 2012 o prejuízo na área de abastecimento foi de R$ 23 bilhões e desde 2011 o prejuízo acumulado é de R$ 45 bilhões. Isso também melhoraria a percepção de confiança na política econômica do Governo.

2. Níveis de inadimplência em queda desde final de 2012. Além disso, a forte competição promovida pelos bancos públicos e a pressão do Governo pela redução dos spreads arrefeceu. Dessa forma, acreditamos que os bancos devem apresentar bons resultados pela frente. Apenas como ilustração, o lucro líquido do Itaú no 3T13 foi +17,8% superior ao mesmo período do ano passado.

3. Desvalorização cambial ajudando siderúrgicas a recuperar margem. Esta recuperação está apenas começando e esperamos melhores resultados nos próximos trimestres. Como ilustração, no 3T13 a Usiminas apresentou o primeiro resultado líquido positivo desde 2011.

4. Vale se desfazendo de ativos que não fazem parte do core business e focando nos projetos mais rentáveis. Além disso, o novo marco regulatório veio melhor que o esperado e a Vale deve ter um desfecho mais favorável nas disputas tributárias com a aprovação da MP 615.

5. A OGX, empresa pré-operacional que chegou a ter a terceira maior participação no Ibovespa, finalmente entrou com pedido de recuperação judicial e foi retirada da carteira teórica do Ibovespa. Além disso, a BM&FBovespa alterou a metodologia de determinação do Ibovespa, que deverá privilegiar empresas com maior valor de mercado, o que deve melhorar a qualidade da sua composição.

6. Crescimento econômico. Após +7,5% em 2010 e +2,7% em 2011, o PIB cresceu apenas +0,9% em 2012. Para 2013 é esperado um PIB acima de +2,0%, e um ritmo ainda maior em 2014. Mesmo que não cresça como as estimativas agressivas do Governo, tudo indica que devemos ter um bom crescimento econômico.

Grãos

Os preços do Milho e da Soja fecharam o mês com quedas de -3,0% e -0,9% respectivamente, beneficiando nossas posições vendidas. Com a consolidação da safra de grãos americana, foi constatado que a produtividade foi melhor do que se esperava. Conforme já comentado no artigo “Commodities: Estratégia em Soja e Milho”, a Sparta já estava prevendo uma quebra de safra menor que as expectativas do mercado. Em contrapartida, a demanda dos importadores está muito forte e acreditamos que este é o único motivo que sustenta os preços nesse momento.

Na América do Sul o plantio de grãos já começou. O aumento de área esperado na Soja é muito significativo e não vemos, até o momento, nenhum problema climático. Dessa forma, esperamos um recorde absoluto de produção no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, países onde o plantio está em forte crescimento.

No caso do milho, as atenções estão voltadas para a discussão a respeito da redução das metas de produção de etanol de Milho nos EUA por parte da EPA (Enviromental Protection Agency), que define o RFS (Renewable Fuel Standards). Este assunto já foi antecipado pela Sparta no Relatório Mensal de Abril de 2013.

Acreditamos que essa proposta será aprovada, uma vez que a meta foi definida em 2007 e hoje não existe demanda suficiente nos EUA para toda a meta de produção, o que vem sendo chamado de parede da mistura (“blend wall”). Para aumentar a demanda, seria necessário utilizar o E85 (85% etanol), mas não há infraestrutura de distribuição em larga escala, os custos são elevados e o prazo de maturação é longo. Em decorrência disso, a queda do preço do Milho está mais acelerada que a Soja, e acreditamos em mais quedas de preços em ambas as mercadorias.

Açúcar

O preço do Açúcar fechou o mês com alta de +1,3%. Acreditamos que o mercado de açúcar continua com alta oferta, o que pode ser comprovado pela reação ao incêndio que ocorreu neste mês no maior terminal do Brasil (Coopersucar) exatamente numa época do ano em que o Brasil é o principal fornecedor de açúcar ao resto do mundo. Como era de se esperar o preço subiu fortemente no dia, porém desde então vem caindo.

Continuamos com os fundamentos citados no relatório do mês anterior, ou seja, considerando a alta recente como sendo técnica e causada por liquidações de posições vendidas.

A partir de Novembro inicia-se a colheita na Índia (2º maior produtor mundial) e na Tailândia (2º maior exportador mundial), e acreditamos que ambos terão uma excelente produção.

Desta forma esperamos pressão baixista no preço do Açúcar nos próximos meses.